segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Perséfone vem aí...

Oh meu Deus! Já ia esquecendo de postar aqui mais uma vez. Mil desculpas, sim?
É que hoje a internet só funcionou agora, 17:30, mais ou menos (não está de acordo com o horário de Brasília, pois aqui não tem horário de verão, hehe!).
Então, correndo contra o tempo, venho postar uma crônica de um escritor que muito admiro - Nivaldo Pereira.
Jornalista, escreve para o jornal Pioneiro, de Caxias de Sul.
Escolhi uma crônica que foi publicada no dia 28/08/2009. Achei ótima, digna de Nivaldo - ótimo escritor e jornalista, inteligentíssimo; ao meu ver, claro.
Mas creio que terão essa mesma impressão dele após ler a crônica "Perséfone vem aí":

"Acordo com o chilreio animado de um pardal no telhado vizinho, adivinhando primavera. Isso já aconteceu antes, já falei disso aqui. E eis tudo de novo, a repetição de ciclos que dá ordem à vida e nos protege do caos. Se ouvissem esse meu pardalzinho matinal, os antigos gregos diriam: Perséfone está voltando para casa e Deméter mostra sua alegria na natureza. O mito que envolve essas personagens, embora doloroso, é carregado de poesia. Vale a pena recontá-lo, agora que o sol entrou em Virgem e foca nossa atenção nas etapas naturais.

Pois bem. Deméter era a deusa da terra cultivada. Regia as plantações e as colheitas, o trigo e a arte do pão. Tinha uma filha única, a mocinha Core, a quem adorava. Mas essa adolescente já havia despertado o desejo do sombrio Hades, ou Plutão, deus do mundo subterrâneo, senhor de maneiras nada gentis. Certo dia, enquanto brincava na campina, Core foi atraída por uma flor, um narciso. Mal tocou na flor, a terra se abriu, dela saindo Hades em sua carruagem negra, raptando Core para o além. Um grito da filha: foi só o que Deméter ouviu. No reino de Hades, este logo garantiu sua união com a jovem, estuprando-a. E Core virou Perséfone, rainha do mundo dos mortos.

Acontece que Deméter ficou inconsolável com o sumiço da filha. Abandonou o Olimpo e vagou pelo mundo, maltrapilha, procurando, procurando, ninguém sabe, ninguém viu. Com tanta dor e tristeza, a terra foi ficando arrasada, nada mais crescia, a fome grassava. Deus dos deuses, Zeus resolveu intervir. Foi procurar Hades, seu irmão, que não quis conversa. Negocia daqui e dali, a vida em perigo com a depressão da mãe-terra, Hades consentiu num acordo. Uma parte do ano, Perséfone ficaria com a mãe, e outra parte, com ele, o agora marido.

Assim, a cada outono, Deméter chora a descida de Perséfone para o mundo dos mortos; a natureza se torna melancólica, até o frio do inverno. Mas, na primavera, é tempo da alegria do reencontro de mãe e filha, e tudo parece sorrir de contentamento. O pardal no telhado vizinho também parece saber por instinto desse tempo e faz festa para Perséfone."

(Nivaldo Pereira)



E aí, gostaram? Espero que sim, viu?
Ah, semana que vem prometo programar a postagem no domingo. Assim, mesmo que essa que hoje é o meu dia de escrever aqui, o próprio blog postará o meu texto.
Me desculpem, mais uma vez, por esse meu esquecimento desmedido e constante nos últimos tempos.
Não sei o que há comigo (haha!).
A paixão, talvez? Ui!
É, só se for a paixão pela vida.
É isso, meus leitores.
Fico por aqui.
Ótima semana pra vocês.
Nos vemos na próxima segunda, certo?
Grande abraço.

2 comentários:

Vini Manfio disse...

olha
essa de postar só no domingo também aconteceu comigo
mas posei aquele fragmento que me recuso a chamar de texto
faltando uns 5 minutos para o domingo acabar

bom

eu li a crônica/texto
enfim

mas achei melhor só comentar o já comentado

Ana Seerig disse...

*-*

Também adorei essa crônica do Nivaldo... É tão bonitinha e poética...

Muito fofa!

*-*